Capítulo I: Pomar Dourado



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Capítulo VII: Destino

A noite caiu, grande parte dos moradores foi dormir, as ruas estavam desertas e os guardas começavam a rondar pela cidade. O trio precisava agir com cautela para chegar até o castelo, eles vestiram capuzes pretos e subiram no telhado de um prédio com a ajuda de uma escada improvisada. O plano era pular pelos telhados das casas até chegar nos jardins na parte de trás do castelo.

Eles conseguiram pular de telhado em telhado sem chamar a atenção dos guardas até uma área próxima ao castelo, como não havia mais casas por perto, eles precisariam mudar a rota para se infiltrarem na construção. Havia mais guardas que o previsto no portão externo então eles não conseguiriam se esgueirar pelas grades da frente, mas o barulho de uma carroça deu uma ideia à Valentim. Um carregamento de palha se preparava para entrar, no castelo, aquela era a oportunidade perfeita. Valentim deu um sinal e saltou de cima do telhado para cair dentro do monte de palha, os dois ficaram confusos por um instante, mas criaram coragem e conseguiram saltar na carroça. Os guardas abriram o portão para o carregamento, e a carroça entrou no perímetro do castelo, a primeira etapa da infiltração estava completa. Quando a carroça parou, eles saíram do monte de palha e seguiram direto para os jardins do castelo, se esgueirando dos guardas e evitando as luzes pelo caminho, mas quando se aproximavam do portão do jardim um imprevisto aconteceu. Um guarda saiu da rota decorada pelo príncipe e se sentou na mureta próxima ao portão.

— Mas o que é que esse guarda tá fazendo?! Não era pra ele estar aqui! — Exclamou o príncipe.

— E agora, como a gente vai entrar agora? — Pergunta o hamster.

— Eu tenho uma ideia.

A raposa pegou uma pequena pedra no chão e a jogou o mais forte que conseguia em uma árvore próxima. O barulho foi alto o suficiente para alertar o guarda e fazer com que ele saísse e fosse investigar. Com o caminho livre, a raposa pegou uma gazua da sua bolsa e rapidamente conseguiu forçar a fechadura e abriu o portão, permitindo com que todos passassem antes que o guarda percebesse toda a ação.

— Onde você aprendeu isso? — Perguntou o príncipe.

— Meu pai me ensinou algumas coisinhas da antiga profissão dele.

O trio tinha alguns minutos sem guardas e eles precisavam aproveitar esse tempo para passar pelo jardim e chegarem até a parede traseira do castelo. Depois de passar pelas plantas e árvores exóticas eles finalmente chegaram à grade que marcava o fim do jardim, que foi facilmente pulada por eles, e finalmente o príncipe poderia abrir a entrada secreta. Valentim se aproximou da parede de tijolos, e tateou cada um deles com suas patas até que um deles foi apertado. Uma enorme abertura abriu na parede, e escadas circulares de pedra surgiram do chão.

— Venham, por aqui!

Quando todos passaram, o muro de tijolos atrás deles fechou, e eles começaram a subir as enormes escadas circulares.

— E como você conseguiu descobrir essa entrada? — Perguntou a raposa.

— Eu costumava brincar muito perto do jardim quando eu era um filhote, e descobri essa entrada por acaso. Acho que nem o rei sabe que ela existe.

— Se o rei nem sabe da existência disso, qual a função dessa entrada?

— Eu não faço ideia, provavelmente era mais uma saída de emergência do que uma entrada secreta. O castelo tem vários séculos de existência e foi construído por corvos e cães, e os corvos adoravam colocar entradas e saídas ocultas nas suas construções.

A escadaria parecia interminável, culpa do tamanho monumental do castelo. Foram quase quinze minutos, mas eles conseguiram chegar até o andar da sala do trono. O fim da escadaria dava em outra parede de tijolos, que ao ser tateada pelo príncipe abriu uma passagem para os luxuosos corredores do castelo. Eles começaram a correr no sentido da sala do trono, e enquanto corriam, se deparavam com diversos guardas reais derrotados no chão, sinal que o plano para eliminar o rei havia começado. Barulhos de batalha podiam ser ouvidos, e quando eles chegaram lá, os guardas reais batalhavam contra os lobos enquanto o rei batalhava contra Azreal. As feras conseguiram derrotar os guardas do castelo, e partiram pra cima dos três. Valentim, furioso com toda a situação, saca seu sabre e derrota um grupo de três lobos. O restante começa a golpear Crito e Gwynn que se defendem e conseguem incapacitar os agressores, mas mais reforços chegariam. Enquanto tudo isso acontecia, o rei com muito esforço se defendia das investidas do Corvo, mas o cão não conseguiria aguentar muito. Azreal conseguiu pressionar até o vitral, até que com um forte chute, o corvo conseguiu empurrar o cão e quebrar o vitral. O rei caiu para trás, mas ele conseguiu se segurar na beirada.

Valentim começou a rosnar e partiu para cima de Azreal com uma fúria nunca antes vista. A cada golpe aparado pelo corvo, o barulho de metal ia ficando cada vez mais alto. Valentim estava nervoso, e o corvo sabia muito bem se aproveitar disso na batalha. Quando Valentim pensou que encontrou uma brecha, o corvo simplesmente desviou do golpe, e acertou uma espadada certeira na barriga do cão. O príncipe ficou desestabilizado, e o corvo finalizou um combate com um forte chute que jogou o cão e seu sabre para longe.

O corvo então partiu para finalizar o rei, que se segurava na beirada do castelo. Gwynn e Crito se esforçavam ao máximo para se defenderem dos lobos, e tudo parecia estar perdido, até que do chão surge Regginald, que tentava rastrear e acabar com a gangue dos lobos. Com um giro do seu poderoso martelo, conseguiu incapacitar a maioria dos lobos, e se prepara para enfrentar os capangas restantes.

Isso deu espaço para que Crito fosse ao encontro do corvo, que observou sua espada com um olhar de surpresa.

— Hamster! Onde foi que conseguiu essa espada!? Essas inscrições na lâmina... da última vez que eu a vi ela pertencia a... não importa, eu vou vingar todos os anos de humilhação causados por essa guerra estúpida com os Corgis. Eu já me fingi de bonzinho por tempo demais. O reinado deles acaba aqui!

Os dois levantaram suas eclipses para o alto, a luz da lua passava pela janela quebrada e era refletida intensamente pelas espadas, eles assumiram suas posturas de batalha e começaram a luta. Eles trocavam golpes intensamente, o barulho dos golpes era quase ensurdecedor e as faíscas criadas com o atrito iluminavam a sala escura. O hamster deu um poderoso salto e tentou dar um golpe no corvo, mas ele conseguiu se defender e com um chute derrubou o hamster no chão. Azreal se preparava para dar o golpe final em Crito, que jogou sua espada por baixo das pernas do corvo.

— Esse é seu último ato de desespero? Patético.

— Olha pra trás.

De repente, a eclipse de Crito perfura o peito de Azreal. Valentim havia pegado a espada do chão e a enfiou nas costas do corvo.

— Co... como... você... AHHH!

Valentim então retira a espada do peito do corvo, que perde o equilíbrio e cai da janela direto para o lago do castelo, enquanto Crito e Gwynn socorrem o rei da beirada do castelo. Tudo finalmente havia acabado, os lobos foram levados à justiça pela toupeira, que recebeu uma bela recompensa, e Gwynn e Crito passaram alguns dias nos quartos do castelo para se recuperarem da batalha.


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